Transferência. Intensos aliados – por Anderson Santos

Nós nos dirigimos aos inconscientes que protestam. Buscamos aliados. Precisamos de aliados” Gilles DELEUZE in: Conversações

De maneira ética, a Esquizoanálise nos ensina a encontrar aliados, criar conexões e novas formas de vida. Assim caminhamos construindo e reinventando nossa caixa de ferramentas, imensa e intensa. A partir de um encontro, surgiu a solicitação: hospedar-se neste espaço.

Nosso hóspede e aliado, se chama Julián Cabral, psicólogo argentino, que trabalha com referências teóricas como Gilles Deleuze e Félix Guattari.

O texto que nos deixou nesta passagem foi intitulado “Transferencia. Intensidad, eterna delicia“, escrito a partir de suas práticas na comunidade. Realizou uma crítica-reflexiva acerca da Psicanálise e dos conceitos que o orientavam. Atualmente se encontra na clínica particular, porém ressalta nesta visita que ainda ama a comunidade e a análise institucional.

Para continuar a caminhada sem deixar ninguém para trás, percebemos que o trabalho poderia ser dividido em duas partes. Agora, podemos chama-lo de série, ou melhor, dois fragmentos de Julián. Ainda em seu idioma original, o espanhol.

Encontra-se presente o desejo em criar uma análise aberta de linguagem, pensamento e ação dentro de um plano revolucionário. Sabemos da necessidade em descolonizar o inconsciente, e afirmamos: a história é política, o inconsciente é político. Neste banho de linguagem, citamos Deleuze “toda palavra é física, afeta imediatamente os corpos”. Como negar o que é da ordem política, histórica e social em nosso trabalho? Não há maneiras de fazê-lo, a não ser que tenha uma prática rasa, sem comprometimento ético-político em se aprofundar no que é real.

Em meio as resistências, pensada em suas múltiplas formas, continuamos resistindo as “curas” repressivas. Vivemos um árduo combate, não contra, mas entre, principalmente na desconstrução daquilo que nos rebaixa e não nos permite viver. Lutamos para não vivermos na Servidão Voluntária, pois não desejamos nos tornar meras peças das máquinas sociais.

O que fica para nós é o caminho de uma ética-estética-experimental do desejo. Em defesa das diferenças, potencialidades e intensidades.

Saibam que estes escritos foram pensados por alguém levado ao extremo, que desejou sair dos dogmas, das instituições, das velhas instituições. Muitos não sabem como e o que fazer. Sendo assim, talvez, este trabalho possa permitir pensar em conjunto, em outra língua, em outro lugar.

Lembramos que o coletivo é o que permite a enunciação das fragmentações, dos segmentos, das novas conexões, das liberdades, do criativo e revolucionário. E que o encontro é o que constitui o corpo. Somos acontecimentos, singulares e plurais!

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Abaixo, segue os links para acessar os trabalhos:

Texto 1.1: Transferencia. Intensidad, eterna delicia (clique aqui)

Texto 1.2: Transferencia. Sobre las resistencias (clique aqui)

2 comentários em “Transferência. Intensos aliados – por Anderson Santos”

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