“Mexer nesse vespeiro [a ditadura], para o Brasil, acostumado com o jeitinho, com o ‘deixa disso’, com o ‘não vamos falar naquilo que incomoda’, foi tão pesado, que acho que não foi à toa que em muitas manifestações nas ruas havia uns poucos – eram poucos, mas nós psicanalistas sabemos que os sintomas se manifestam em pequenos detalhes – pedindo intervenção militar.” [MariaRitaKehl]
MARIARITAKEHL é o terceiro episódio da série PSICANALISTAS QUE FALAM
Maria Rita Kehl, antes de se tornar psicanalista, ensaísta e crítica literária, aventurou-se no jornalismo. Começou a escrever para o Jornal do Bairro, na época dirigido por Raduan Nassar, enquanto ainda cursava a graduação. Foi editora do Movimento, um dos mais importantes veículos do jornalismo alternativo durante o regime militar no Brasil, ao lado do Opinião e de O Pasquim. Gostaria de ser escritora de ficção, tornou-se “escritora de psicanálise”, como ela mesma diz. Tem vários livros publicados, entre eles Bovarismo brasileiro. Aventurou-se na psicanálise mais tarde, quando percebeu o potencial que ali havia de entender e atuar na sociedade. Foi psicanalista de militantes do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; participou da Comissão Nacional da Verdade, investigando as violações de direitos humanos de povos indígenas e camponeses pela ditadura. Gosta de andar a pé pela cidade, brincar de outras vidas pela imaginação [“imagino o tempo todo, sempre tem uma outra cena que é fantasia, de qualquer coisa que eu esteja fazendo“]. É assim, nesse fluxo de pensamento e relato que vai e volta por diferentes momentos de sua vida, que Maria Rita Kehl compartilha sua prática psicanalítica.
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FONTE(S)
TATURANA – MOBILIZAÇÃO SOCIAL.
PSICANALISTAS QUE FALAM – CANAL YOUTUBE