Neste mês de dezembro/2022 será lançado o livro “Psicanálise e Esquizoanálise: diferença e composição” ( @n.1edicoes ) organizado por mim, mas construído coletivamente!
Deixo aqui um imenso agradecimento aos aliados que aceitaram fazer parte dessa matilha: Larissa Drigo, João Pentagna, Florent Gabarron-Garcia, João Perci Schiavon, Kwame Yonatan, Michelle Wendling, Ana Minozzo, Hélia Borges, Daniel Bristow, Sergio Dario Ragonese, Suely Rolnik.
Há alguns anos habitava em mim o desejo em encontrar novas alianças entre psicanalistas que se dedicam a prática clínica – tendo como ferramenta a obra de Deleuze e Guattari. Encontrei pessoas em diferentes territórios, tanto pela América (norte e sul), quanto pela Europa, Oriente Médio e Ásia. Infelizmente não foi possível que todas estivessem no livro, mas sabemos que continuam realizando esses diálogos em seus espaços.
Os textos que compõem esta coletânea perpassam por diversas perspectivas: olhares críticos sobre a psicanálise, atravessando os escritos acerca dessa revolução dentro da revolução, do desejo e do uso singular da língua. Adentramos a memória e a história de O anti-Édipo e seus detratores, caminhamos pelas terras freudianas e mergulhamos em um devir-esquizoanalista para uma possível psicanálise menor.
Para irmos além, nos aliamos às perspectivas decoloniais de autoras que, mediante suas interlocuções com a psicanálise e a esquizoanálise, oxigenaram essas perspectivas heterogêneas, contribuindo, nesse processo, em colocar fogo no racismo, no colonialismo, no edipianismo e nas violências de gênero que ainda persistem em nossos territórios; construindo em conjunto um viver a partir do inconsciente em entrelaces com uma ética ecofeminista da psicanálise.
Inserimos os esquizos na psicanálise e levamos a psicanálise aos esquizos, realizando cartografias analíticas. Encerramos o livro com palavras precisas acerca da fundação da psicanálise em nosso mundo como micropolítica, a composição com o ecossistema e os povos originários.
Esperamos que as aranhas, os Guarani e os Guattari continuem se espalhando pelo planeta, oxigenando e afetando outros mundos, produzindo uma descolonização do inconsciente.