DO ÉDIPO AO ANTI-ÉDIPO: UMA CONTRIBUIÇÃO DA ESQUIZOANÁLISE PARA A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA - por Lívia Machado Silva e Fernanda Canavêz Magalhães
O presente trabalho visa explorar alguns questionamentos endereçados pela abordagem esquizoanalítica à psicanálise. O objetivo é enaltecer as críticas que a esquizoanálise aponta a partir de uma determinada leitura da psicanálise, de modo que uma não anule a potência da outra, partindo, assim, de uma perspectiva que não toma a psicanálise e a esquizoanálise como contrapontos identificatórios. Busca-se, desse modo, enaltecer a importância na clínica de uma visão ampliada sobre o sujeito e sobre os discursos que versam sobre o mesmo, afirmando a exigência ética de uma clínica circunscrita ao seu tempo, orientada pelas singularidades das quais se ocupa (Silva & Magalhães, 2014).
Esta importante contribuição de Lívia Machado Silva e Fernanda Canavêz Magalhães trata-se de um artigo publicado em 2014. O texto foi dividido em três partes, além desta introdução, que podem ser lidos separadamente, mas que aconselhemos sua leitura por completo. Abaixo segue a Introdução deste trabalho juntamente com suas etapas.

INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo investigar a abordagem da Psicoterapia Institucional Francesa – a chamada Esquizoanálise – e algumas implicações no cenário clínico contemporâneo. Para isso, o primeiro capítulo será dedicado a alguns conceitos da psicanálise freudiana que ajudarão a pensar sobre as críticas colocadas pela esquizoanálise. No segundo capítulo, a produção de Deleuze e Guattari relacionada à psicanálise será abordada, em especial àquela referida ao Anti-Édipo. Por fim, utilizando as contribuições dos capítulos anteriores, será apresentado um fragmento clínico, no intuito de circunscrever a clínica e suas nuances no contexto contemporâneo.
O estudo da psicanálise nesse contexto é de suma importância tendo em vista as contribuições da mesma para o desenvolvimento da clínica e também pela ruptura que Freud introduz à época nos âmbitos médico e científico. Partindo dessa visão, observa-se o quanto os conceitos e as práticas estão circunscritos a um determinado momento histórico, social e econômico.
Nesse sentido, a interlocução com a esquizoanálise se mostra rica, pois esta também surge num momento de ruptura e contestação do modo vigente de sociedade, ainda que essas contestações não se restringissem ao campo médico/cientíco como na época de Freud. Eram contextos diferentes que possibilitaram a emergência de diferentes teorias sobre o sujeito. No entanto, o objetivo desse estudo não é reduzir uma abordagem a outra, mas principalmente enaltecer as contribuições de cada uma para a clínica e demarcar que elas são produtos de épocas com valores distintos, mas que não deixam de ter a sua potência para a clínica atual.
Por fim, entendemos a clínica como um desafio. No caso desse estudo, o desafio se mostra em tentar delimitar qual seria a força motriz da experiência clínica em poucas páginas ou em escolher uma ou outra abordagem deixando de lado a multiplicidade que se configura a formação em psicologia. Como falar de clínica no contemporâneo sem se perder nesses dois campos? Ou até mesmo, como deixar de falar de temas que parecem distantes do setting analítico, como a política, e ao mesmo tempo apostar numa clínica implicada com o social?
________________________________________________________
1.1. ALGUMAS NOÇÕES DO PENSAMENTO FREUDIANO: DO ÉDIPO À PULSÃO DE MORTE (clique aqui)
1.2. ESBOÇOS DA ESQUIZOANÁLISE: O ANTI-ÉDIPO (clique aqui)
1.3. ESQUIZOANÁLISE: FRAGMENTO CLÍNICO (+ Referências Bibliográficas) [disponível EM BREVE]
_________________________________________
SOBRE AS AUTORAS
Lívia Machado Silva: Especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Universidade Estácio de Sá – 2018), Mestre em Psicologia (UFRJ – 2017). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014). Atuação como Profissional em Treinamento no Hospital Escola São Francisco de Assis – UFRJ (2014). Atualmente atua como Psicóloga na Secretaria de Educação do município de Araruama. Ênfase em Psicologia da Saúde, Psicologia Social.
Fernanda Canavêz Magalhães: Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com estágio de doutorando (CAPES/PDEE) na Université Paris Diderot – Paris 7. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGPSI/UFRRJ). Membro do GT Psicanálise, Subjetivação e Cultura Contemporânea da ANPEPP e do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi. Tem experiência em Psicanálise, Psicologia Clínica e Psicologia Escolar e Educacional, dedicando-se ao estudo dos modos de subjetivação contemporâneos, com destaque para a clínica contemporânea a partir dos temas do trauma, da resistência e do corpo.
______________________
FONTE
Lívia Machado Silva e Fernanda Canavêz Magalhães. DO ÉDIPO AO ANTI-ÉDIPO: UMA CONTRIBUIÇÃO DA ESQUIZOANÁLISE PARA A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA. In: Travessias; Vol 8, No 2 (Ano 2014).